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Esse blog é destinado a promover o debate de temas culturais e sociais, além de divulgar as ações realizadas por jovens moradores da comunidade São Remo, no bairro do Butantã (SP).

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Informamos que inscrição para o Cursinho Popular Coletivo Griot será nos dias :

11/02/2011 das 19:00 as 21:00

12/02/ 2011 das 10:00 as 12:00

Local: Circo Escola São Remo

VAGAS LIMITADAS


Inicio das aulas 14/02/2011.

até mais

sexta-feira, julho 16, 2010

O Basta! Da Comuna de Oaxaca.


“Tomar o poder é tomar o poder nas fábricas, nos campos, nas minas, nas oficinas, nas escolas, nos hospitais, nas centrais elétricas, nos meios de comunicação, nas universidades, e o poder é dos trabalhadores e do povo quando são organismos por eles controlados, amplamente democráticos e participativos, onde os que o assumem apropriam-se das funções tutelares exercidas desde a esfera estatal. Por isso é que uma estratégia de poder popular deve ter como premissa essencial a construção desses organismos e esta é a tarefa política chave que desde já está jogando um papel de primeira ordem na determinação de se o futuro revolucionário será socialista e libertário ou não. Por isso a derrota da ordem capitalista e autoritária e a construção de um autêntico poder popular está se produzindo todos os dias, em relação a como se orienta e concretiza nosso trabalho político e social”.
(Protagonismo da Luta Popular Organizada, Declaração de Princípios: Federação Anarquista Gaúcha – FAG, 2000).



Em meio a uma profunda crise política, marcada, sobretudo pela fraude das eleições presidenciais, legitimando Felipe Calderon como presidente, o México encontra-se hoje, 12 anos após o levante zapatista em Chiapas, no centro da luta de classes da América Latina, abrindo grandes perspectivas às lutas dos oprimidos deste sofrido continente através “de mais de 500 anos de resistência indígena, negra e popular que hoje confluem em um grande caldo que ao seu passo arrasa com a soberba a mentira da auto proclamada classe política. Este espaço aonde se congrega o melhor das tradições democráticas se chama: Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO)”. (Comunicado das Milícias Insurgentes Ricardo Flores Magón, Brigada Francisco Javier Mina).

Tudo começou no mês de maio, com uma greve de professores por melhores condições de trabalho e aumento salarial, que chegou a mobilizar 70 mil pessoas em torno da causa. Em uma das mobilizações grevistas, uma vigília em frente ao palácio do governo de Oaxaca no dia 14 de junho, os professores foram brutalmente desalojados pela polícia a mando do governador Ulises Ruiz Ortiz (URO), o que ao contrário do que a classe política oaxaquenha imaginava, não dispersou o movimento, tendo gerado uma ampla solidariedade por parte da população e dos diversos setores organizados do povo em luta.

Como resultado desta solidariedade, o povo de Oaxaca construiu a APPO, congregando mais de 300 organizações populares em torno de uma única pauta: a destituição do tirano URO. Como meios de luta, o movimento iniciou a ocupação de diversos prédios públicos, canais de TV e rádios, incluindo a rádio Universidad, localizada na Universidade de Oaxaca que se transformou em rádio APPO.

Desde então, o movimento tem se alastrado por todo o Estado de Oaxaca, tendo eco em todo o México, na América Latina e no mundo, como uma autêntica experiência de poder popular. Há cerca de 06 meses Oaxaca se encontra sobre o controle da APPO, sendo gerida de forma direta e horizontal pelos que até então se encontravam a margem de um sistema sanguinário e excludente: indígenas, trabalhadores, desempregados, camponeses... sendo por isso conhecida como a Comuna de Oaxaca. Como meio de tentar calar as vozes insubmissas organizadas na APPO, o Governo Federal mexicano, através do presidente Vicente Fox, ordenou a intervenção da Polícia Federal Preventiva (PFP) no Estado para conter o processo revolucionário. A ordem partiu após um ataque paramilitar a uma barricada da APPO, onde teve o saldo de três mortos, dentre eles um voluntário da rede Indymedia de Nova Iorque e vários feridos.

Após 01 Mês de intervenção da PFP, o povo oaxaquenho deu continuidade a sua luta, radicalizando-a cada vez mais. Multiplicaram-se o número de barricadas pela cidade e a solidariedade a APPO se alastrou por todo mundo: manifestações em diversas embaixadas e consulados mexicanos, bloqueio aos sites das embaixadas e inúmeras cartas de apoio a APPO, o que demonstra que nenhuma luta se faz sem solidariedade internacionalista e que a luta contra o capital é global.

A repressão à APPO, que foi posta na clandestinidade, tem aumentado dia após dia com sistemáticos ataques da PFP as barricadas e a rádio APPO, que acabou por ser tomada pela repressão no dia 29 de novembro em busca de “restaurar a ordem”, em compensação nenhuma atitude contra os grupos paramilitares foi realizada por parte da PFP, muito pelo contrário, os mesmos encontram-se hoje atuando em conjunto contra o povo.

Essa heróica luta do povo de Oaxaca, que atualmente é omitida pela mídia tanto nacional como internacional, se mostra um autentico exemplo de que quando os de baixo se movem os de cima caem, que a auto-organização, o protagonismo e a independência de classe são nossas principais armas contra o inimigo. A vitória dos trabalhadores, indígenas, camponeses e oprimidos de Oaxaca representa uma vitória de todos na luta contra o capital, abrindo perspectivas e ânimos históricos à luta anticapitalista.

quarta-feira, julho 14, 2010





FESTA JULINA 2010








FESTA JULINA 2010





FESTA JULINA 2010

terça-feira, fevereiro 16, 2010


Carta A Mãe África
Gog

É preciso ter pés firmes no chão
Sentir as forças vindas dos céus, da missão...
Dos seios da mãe África e do coração
É hora de escrever entre a razão e a emoção
Mãe! Aqui crescemos sub-nutridos de amor
A distância de ti, o doloroso chicote do feitor...
Nos tornou! Algo nunca imaginavel, imprevisível
E isso nos trouxe um desconforto horrível
As trancas, as correntes, a prisão do corpo outrora...
Evoluiram para a prisão da mente agora
Ser preto é moda, concorda? Mas só no visual
Continua caso raro ascensão social
Tudo igual, só que de maneira diferente
A trapaça mudou de cara, segue impunemente
As senzalas são as anti-salas das delegacias
Corredores lotados por seus filhos e filhas...
Hum! Verdadeiras ilhas, grandes naufrágios
A falsa abolição fez vários estragos
Fez acreditarem em racismo ao contrário
Num cenário de estações rumo ao calvário
Heróis brancos, destruidores de quilombos
Usurpadores de sonhos, seguem reinando...
Mesmo separado de ti pelo Atlântico
Minha trilha são seis românticos cantos
Mãe! Me imagino arrancado dos seus braços
Que não me viu nascer, nem meus primeiros passos
O esboço! É o que tenho na mente do teu rosto
Por aqui de ti falam muito pouco
E penso... Qual foi o erro cometido?
Por que fizeram com agente isso?
O plano fica claro... É o nosso sumisso
O que querem os partidários, os visionários disso
Eis a qüestão...
A maioria da população tem guetofobia
Anormalia sem vacinação.
E o pior, a triste constatação:
Muitos irmãos, patrocinam o vilão...
De várias formas, oportunistas, sem perceber
Pelo alimento, fome, sede de poder
E o que menos querem ser e parecer...
Alguém que lembre, no visual você.

( Refrão 2x ) (Colagem: A Carne - Elza Soares)
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra

Os tiros ouvidos aqui vêm de todos os lados
Mas não se pode seguir aqui agachado
É por instinto que levanto o sangue Panto-Nagô...
E em meio ao bombardeio
Reconheço quem sou, e vou...
Mesmo ferido, ao fronte, ao combate
E em meio a fumaça, sigo sem nenhum disfarce
Pois minha face delata ao mundo o que quero:
Voltar para casa, viver meus dias sem terno
Eterno! É o tempo atual, na moral
No mural vedem uma democracia racial
E os pretos, os negros, afro-descendentes...
Passaram a ser obedientes, afro-convenientes.
Nos jornais, entrevistas nas revistas
Alguns de nós, quando expõem seus pontos de vista
Tentam ser pacíficos, cordiais, amorosos
E eu penso como os dias tem sido dolorosos
E rancorosos, maldosos muitos são,
Quando falamos numa miníma reparação:
-Ações afirmativas, inclusão, cotas?!
-O opressor ameaça recalçar as botas..
Nos mergulharam numa grande confusão
Racismo não existe e sim uma social exclusão
Mas sei fazer bem a diferenciação
Sofro pela cor, o patrão e o padrão
E a miscigenação, tema polémico no gueto
Relação do branco, do índio com preto
Fator que atrasou ainda mais a auto-estima:
-Tem cabelo liso, mas olha o nariz da menina
O espelho na favela após a novela é o divã
Onde o parceiro sonha em ser galã
Onde a garota viaja...
Quer ser atriz em vez de meretriz
Onde a lágrima corre como num chafariz
Quem diz! Que este povo foi um dia unido
E que um plano o trouxe para um lugar desconhecido
Hoje amado (Ah! muito amado..), são mais de quinhentos anos
Criamos nossos laços, reescrevemos sonhos
Mãe! Sou fruto do seu sangue, das suas entranhas
O sistema me marcou, mas não me arrebanha
O predador errou quando pensou que o amor estanca
Amo e sou amado no exílio por uma mãe branca

( Refrão 2x )
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra

domingo, fevereiro 14, 2010


SÓ MAIS UM MALUCO (MV BILL)

DIRETO DO HOSPÍCIO QUE CHAMAM DE FAVELA
SOU MAIS UM MALUCO QUE NÃO ACREDITA EM NOVELA
SE A VIDA É BELA, NA TELA TUDO BEM
QUEM É LOUCO COMO EU VESTE A CAMISA DE FORÇA TAMBÉM
MINHA LOUCURA É SIMPLES DE SER COMPREENDIDA
ME TRANSFORMARAM EM CANIBAL PRETO SUICIDA
INCONFORMADO MENSAGEIRO DA VERDADE
PELO POVO AGONIZANDO AS MARGENS DA SOCIEDADE
QUE MASSACRA DESTRÓI HUMILHA
TRANSFORMA SEU FILHO EM LADRÃO E PROSTITUI SUA FILHA
TE ESCRAVIZA TE HUMILHA TE MATA
ENQUANTO O VERDADEIRO LADRÃO USA TERNO E GRAVATA
NÃO MANUSEIA FUZIL NEM ESCOPETA
MATA MILHÕES DE BRASILEIROS SÓ COM UMA CANETA
FICA IMPUNE, NÃO VAI PRESO
ELE NÃO É POBRE (NÃO) NÃO É PRETO
SE FOR CONDENADO FICA EM CELA SEPARADA
COM TELEVISÃO FRIGOBAR E ÁGUA GELADA
CRIMINOSO COM NÍVEL SUPERIOR
FINANCIA A GUERRA O ÓDIO O RANCOR
A BURGUESIA FAZ QUESTÃO DE NÃO ENTENDER
DISCA 1-9-0 E MANDA OS HOME ME PRENDER
O SOCIÓLOGO ME OUVE E FICA PUTO
DIZ QUE ESSE BAGULHO DE RAP É COISA DE MALUCO
ANALFABETO IGNORANTE SEM CULTURA
DIZ QUE QUEM É SÁBIO COM FAVELADO NUNCA SE MISTURA
QUEM DIRIA, QUE SABEDORIA
ESTUDOU EM OUTRO PAÍS AGORA TEM PAVOR DA MAIORIA
MV BILL UM MALUCO CHAPA QUENTE
QUE NÃO ACEITA AS COVARDIAS ASSIM TÃO FACILMENTE
EU TO LIGADO QUE A ELITE ME ODEIA
ME CHAMA DE BANDIDO E DIZ QUE MULHER PRETA E FEIA
EU NA CADEIA SENTIRIAM ATÉ PENA
MENOS UM PROBLEMA E ME VISTA FORA DE CENA
O PESADELO QUE A ELITE NÃO QUER TER
BATER DE FRENTE COM ALGUÉM DA CDD

TREMA NA BASE QUANDO VÊ O BILL
CHAMA A POLÍCIA QUANDO VÊ O BILL
AQUELE PRETO COM O CORPO TATUADO
DENUNCIANDO A POBREZA E A MISÉRIA DO BRASIL

TEM MUITA COISA NA TV QUE EU NÃO CURTO
SOU UM MALUCO, SÓ MAIS UM MALUCO
NA HORA DE FALAR EU NUNCA FICO MUDO,SOU UM MAIS MALUCO, SOU MAIS UM MALUCO
MANDA OS HOME ME PRENDER ME DEIXA PUTO
SOU MAIS UM MALUCO, SOU MAIS UM MALUCO
EU NASCI ASSIM POR ISSO EU NUNCA MUDO
SOU MAIS UM MALUCO, SOU MAIS UM MALUCO

A MADAME SE ASSUSTOU A FAVELA ME DEU DEZ
QUANDO EU ENTREI SEM CAMISA DE PISTOLA NO FREEJAZ
PRA QUEM DUVIDA AINDA TEM MUITO MAIS
EU FAÇO APOLOGIA NÃO DO CRIME E SIM DA PAZ
MAS, ROUPA BRANCA SEM PENSAR NA MAIORIA
PEDIR PAZ SEM JUSTIÇA É UTOPIA
A GUERRA ME PARECE INEVITÁVEL
PRA QUEM VIVE NA POSIÇÃO DESFAVORÁVEL
SUFOCADA AMUTUADA AQUI NO MORRO
SE A POPULAÇÃO SE REVOLTAR NÃO GRITE POR SOCORRO
É O ARMAMENTO O POVO QUE VAI SE FORMAR
VEJA SEU DESCASO E ARROGÂNCIA NO QUE VAI PARAR
PODE ESNOBAR, QUEM VIVE DE BAIXA RENDA
QUANDO O SANGUE BATER NA SUA PORTA ESPERO QUE VOCÊ ENTENDA
E DESCUBRA QUE SE PRETO E POBRE É FODA
SOCIEDADE HIPÓCRITA, SÓ LEMBRE DE SER BRASILEIRO NA COPA
FORA DA MODA EM CIMA DO TOQUE AFRICANO
DESOBEDIENTE TROCA O PENTE ENQUANTO EU VOU FALANDO
MILITANDO, DECLAMANDO, RIMANDO, VERSANDO
BRIGANDO, GRITANDO, MORRENDO E AO MESMO TEMPO MATANDO
MEU PAÍS, CADÊ SUA RAIZ?
AQUI O POVO QUE NÃO LUTA É CHAMADO DE FELIZ
E SEGUE A RISCA OS PADRÕES DA BURGUESIA
A MESMA QUE ASSIMILA A DANÇA COM PORNOGRAFIA
INFLUÊNCIA MINHA SOBRINHA E SUA TIA
NA FRENTE DO ESPELHO IMITANDO A COREOGRAFIA
INCENTIVANDO A BRUTAL PEDOFILIA
EU CREIO EM DEUS PAI TODO PODEROSO O ÚNICO QUE ME GUIA
SE FOR PRA SER FELIZ ASSIM
SEREI MALUCO ATÉ O FIM
E SE UMA GUERRA AMANHÃ ESTOURAR
SEI QUAL LADO EU VOU ESTAR
É MUITO CONFUSO É MUITO SINISTRO
QUEM CAUSA A MISÉRIA QUE JURA TER AMOR A CRISTO
E COM SEU AR SUPERIOR NÃO TEM RESPEITO PELO GAY
PELO IDOSO PELO POBRE E PELO PRETO

TREMA NA BASE QUANDO VÊ O BILL
CHAMA A POLÍCIA QUANDO VÊ O BILL
AQUELE PRETO COM O CORPO TATUADO
DENUNCIANDO A POBREZA E A MISÉRIA DO BRASIL

TEM MUITA COISA NA TV QUE EU NÃO CURTO
SOU MAIS UM MALUCO, SOU MAIS UM MALUCO
NA HORA DE FALAR EU NUNCA FICO MUDO
SOU MAIS UM MALUCO, SOU MAIS UM MALUCO
E COM VIDINHA DE ARTISTA EU NÃO ME ILUDO, SOU MAIS UM MALUCO,SOU MAIS UM MALUCO

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

ICMS é o que mais pesa para os contribuintes



Pesado e quase invisível, Assim é o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), tributo que mais pesa no bolso dos contribuintes brasileiros. Hoje, de cada R$ 100,00 pagos em tributos no País. R$ 20,00 referem-se ao imposto cobrado pêlos Estados.

Segundo estudo do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), a arrecadação per capita (receita total dividida pelos habitantes) do tributo estadual alcançou R$ 232,51 no primeiro trimestre deste ano, contra R$ 216,70 no mesmo período de 2006.

Por ser o mais pesado no bolso dos contribuintes, o ICMS é o tributo que mais consome dias de trabalho. Entre janeiro e março deste ano, foram necessários 7,03 dias de trabalho somente para pagá-lo. Isso representa 19,53% dos 36 dias gastos no trimestre somente para satisfazer a voracidade dos fiscos federal, estaduais e municipais.

Segundo o advogado Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT, o imposto estadual pesa muito no bolso dos contribuintes porque o sistema tributário brasileiro pune a produção de bens e serviços e os salários em demasia. "De cada R$ 100,00 que os governos arrecadam no País, R$ 76,00 vêm de tributos sobre a produção e os salários."

Vista pela ótica do cidadão, que é quem paga, a divisão tributária é a seguinte: 55% da carga recai sobre o consumo, 37,5% sobre a renda e 7,5% sobre o patrimônio. "Nosso sistema tributário é injusto porque concentra a arrecadação sobre bens e salários. Essa concentração tributa mais o consumo e muito pouco o património."

Em outros países, a divisão da arrecadação é mais equilibrada, recaindo metade sobre o consumo e os salários e metade sobre o património, o comércio exterior e outras rendas. Pela ótica do contribuinte norte-americano, a carga é de 30% sobre o consumo e de 70% sobre o património e a renda (os 70% estão divididos em 25 pontos e 45 pontos, respectivamente). Na Europa, é de 35% sobre o consumo, 50% sobre a renda e 15% sobre o patrimônio.

"Essa divisão (nos EUA e na Europa) é melhor distribuída, porque a taxação sobre o patrimônio e a renda é progressiva. No Brasil, há regressividade pela tributação maior sobre o consumo e a renda. Quem ganha menos paga mais, pois as alíquotas são iguais para todos. Os pobres são mais punidos no Brasil, uma vez que consomem toda a renda, enquanto os ricos poupam uma parte dela."

No Brasil, segundo Amaral, a classe média é responsável por 60% de toda a arrecadação do IR sobre a pessoa física; a classe baixa paga 15% e a classe alta contribui com apenas 25%.

Acima de R$ 900 bilhões. Apesar de o governo apregoar que a carga tributária como porcentagem do PIB iria diminuir, isso não vem ocorrendo. A cada trimestre os contribuintes brasileiros entregam uma parte maior de seus ganhos para os três níveis de governo. Pelas contas do IBPT, nos últimos 12 meses terminados em março (abril de 2006 a março passado) a arrecadação atingiu R$ 844,75 bilhões, ou 35,5% do PIB.

Até o final do ano, a receita deverá superar R$ 900 bilhões, prevê Amaral. No início do ano ele previa entre R$ 870 bilhões e R$ 880 bilhões. Se esse número se confirmar, a carga fiscal de 2007 será de 36,2% do PIB (mais um ponto percentual sobre 2006) e a arrecadação per capita chegará a R$ 4.780,00.

Imposto nem sempre aparece na nota da compra

Cobrado de forma indireta, ou seja, embutido nos preços de produtos e serviços, a exemplo do TPI, PIS, Cofins, ISS e outros, o ICMS nem sempre aparece na nota de compra. Quem vai ao supermercado e gasta, por exemplo, R$ 200,00, não sabe quanto paga de ICMS - aliás, não sabe quanto paga também de outros tributos.

Em outras contas, como a de energia elétrica, o consumidor sabe quanto pagou de ICMS sobre o que consumiu. E aí vem outra surpresa. Como é cobrado por "dentro", a alíquota de 25% vira 33,33%. Milagre? Não, apenas uma filigrana jurídica. É que a lei que rege o tributo diz que o imposto integra sua própria base de cálculo. Dito dessa forma, em linguagem jurídica, fica difícil de entender. Tradução: o imposto é cobrado sobre ele mesmo.

Seria lógico supor que 25% sobre um produto que custa R$ 100,00 resultasse em R$ 25,00. Assim, ele custaria R$ 125,00 - esse seria o cálculo "por fora". No cálculo "por dentro", a conta é de dividir - não de multiplicar.

Assim, R$ 100,00 dividido por 0,75 (porque a alíquota é de 25%) resultam em R$ 133,33. Esse é o valor final do produto. Agora, calcule 25% de R$ 133,33. Dá R$ 33,33. Á seguir, calcule R$ 133,33 menos R$ 33,33. O resultado é R$ 100,00, que é o valor do produto sem ICMS.

Um produto com 18% de ICMS terá alíquota efetiva de 21,95% (R$ 100,00 dividido por 0,82). Se a alíquota for de 10%, o imposto final é de 11,11% (R$ 100,00 dividido por 0,90). Se for de 5%, o imposto final é de 5,26% (R$ 100,00 dividido por 0,95).

Fonte: Jornal do Comércio

02/07/2007

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Griot:
Lista dos alunos convocados para a matricula no Coletivo Griot / turma de 2010.

Dias 05/02 das 19:00 as 21:00.

06/02 das 10:00 as 12:00.

Taxa de matricula R$ 7.00 (sete reais)



A matricula é a garantia da vaga.



1. Gabrille de Almeida Campos

2. Mariana da Silva Oliveira

3. Hélio de Souza

4. Maria Lúcia Cavalcante Silva

5. Esdras Felipe Silva dos Santos

6. Danielle da Conceição

7. Marizete Silva Santana

8. Maílson da Silva Alves

9. Natali Cristine Silva Oliveira

10. Tiago Gomes de Almeida

11. Abigail Jhudit Sillerico Daga

12. Resilda do Nascimento Mendes

13. Joel Souza Meira

14. Lilia Silva Oliveira

15. Edileide S. Marques

16. Julia Conceição dos Santos

quarta-feira, janeiro 20, 2010

.....MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O CURSINHO COLETIVO GRIOT XX DE NOVEMBRO

AS AULAS ACONTECERAM NO PERÍODO NOTURNO( DAS 19h ATÉ AS 22h40MIN) E SÃO SEMANAIS.

LOCAL PARA A INSCRIÇÃO :

CIRCO ESCOLA SÃO REMO (AO LADO DO H.U)
RUA AQUIANES N°13- SUBINDO A RUA DO ROLDÃO ATACADÃO (SUBIR ATÉ O FINAL DA RUA)

PARA QUALQUER DÚVIDA OU MAIS INFORMAÇÕES PODE ENVIAR PARA O NOSSO E-MAIL:

coletivogriot@hotmail.com , ou se voçe tem orkut é só procurar coletivo griot são remo.

obrigado pela visita
Coletivo Griot

terça-feira, janeiro 19, 2010

O CURSINHO COLETIVO GRIOT XX DE NOVEMBRO INICIA AS INCRIÇÕES PARA O PROCESSO SELETIVO DE 2010.

AS DATAS SÃO :

29/1/2010 - 19hs ÁS 21h:30
30/1/2010 - 10h ÁS 12h30


AULAS PREPARATÓRIAS PARA OS PRINCIPAIS VESTIBULARES, FUVEST(USP),UNESP(UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SÃO PAULO) , FATEC(FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO) ,ETEC(ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL DE SÃO PAULO), IFSP (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO), E OUTROS.

NÃO PERCAM OS DIAS DAS INSCRIÇÕES , AS VAGAS SÃO LIMITADAS

O COLETIVO GRIOT É UM CURSINHO QUE JÁ EXISTE DESDE DE 2001, E TEM COMO UM DE SEUS OBJETIVOS DAR OPORTUNIDADES PARA OS JOVENS E PARA AS PESSOAS QUE QUEREM INGRESSAR EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA.
JUNTO COM ÓTIMOS PROFESSORES VOLUNTÁRIOS, O COLETIVO JÁ OBTEVE,E VEM OBTENDO , VÁRIAS CONQUISTAS, POIS SÃO MAIS DE 30 ALUNOS QUE JÁ INGRESSARAM NAS FACULDADES.
NÓS DO COLETIVO ACREDITAMOS NO POTENCIAL E NA CAPACIDADE DO SER HUMANO DE ALCANÇAR SEUS SONHOS E OBJETIVOS.

LEITURA PARA REFLEXÃO

Vocês já viram como é engraçado?. Com uma boa oportunidade consigo um bom emprego, logo terei bom salário e, consequentemente, uma boa casa, um bom carro etc. Isso é questão de sorte... não é ? Em grande parte de nossa vida atribuímos o resultado de nossas escolhas a sorte. A ela repassamos nossas responsabilidades. É sempre assim, se tiver sorte consigo isso ou aquilo outro.
Mas, quando o meu desejo deixa de ser uma questão de sorte e passar a ser resultado das minhas atitudes? Essa mudança ocorre quando decidimos ser senhores da nossa história, não somente conta-la assim com escrevê-la. O sucesso ou insucesso em nossa vida não esta ligado somente a uma questão de sorte. Eles são frutos de nossas escolhas.


O Coletivo Griot é um cursinho que existe a nove anos, não por uma eventual sorte. Mas, por uma escolha de quem assumiu a responsabilidade sobre sua vida.

terça-feira, janeiro 12, 2010

Discussão das idéias sobre ética e violência e ética do individuo

A palavra ética vem do gregotá ethika e do latim Ethica, que em geral pela definição no dicionário de filosofia se diz como a “ciência da conduta, considera também como ciência do fim para o qual a conduta dos homens deve ser orientada e dos meios para atingir tal fim, deduzindo tanto o fim quanto os meios da natureza do homem”. A ética é uma ciência que serve como instrumento para o homem atingir seus fins e também orienta para quais os caminhos que ele deve seguir para atingir esses fins.
Toda a ação humana está implicitamente ou explicitamente ligada á atingir um determinado fim, isto é, o ser humano está sempre sendo direcionado por algo exterior a ele , e que muitas vezes ele próprio tem consciência desse fator externo. Sempre que fazemos algo , estamos na verdade concretizando as idéias que já estavam em nosso intelecto.
Uns dos papeis da ética é fazer com que a nossa ação seja a mais que determine o caminho que queremos trilhar e de fazer com que esse caminho seja o mais prazeroso e o menos doloroso possível.
Temos de um lado uma ética que foi construída em um meio social , político , econômico e cultural , e de outro uma ética que estrutura a nossa personalidade , o jeito de pensarmos , de ver o mundo e de lidarmos com esse mundo. A ética seria , ao meu ver , um microcosmo que age de forma indireta no macrocosmos que somos nós.
A ética está também ligada ao pensamento racional ,a razão, pois quando falamos de conduta humana, estamos falando de um pensar racional , de um medir nossos atos e de refletir sobre eles. A razão seria um esqueleto que dá o sustento para que a ética se manifeste, a ética seria uma forma para que assim refletimos sobre nossas ações no mundo.
Voltando no que diz respeito de uma ética social , vemos que ao longo da História da Humanidade , muitos costumes foram se transformando , se adaptando ao novo mundo e também outros costumes novos foram surgindo. Isso nos mostra que , a ética como uma idéia é uma construção social que pode variar com o tempo e também no espaço. Apesar de muitos falarem que existe alguns valores que são universais, como por exemplo: não matar. Essa ação pode se tornar ao longo dos tempos uma ação normal , pois pode acontecer de surgir uma sociedade, que para conseguirem evoluírem, eles tem que matarem alguns seres humanos já ultrapassados , atrasados , sendo que isso se torna legítimo segundo seus padrões de vivencia.
A sociedade se relaciona segundo parâmetros , linguagens , símbolos e mitos que vão sendo criados no decorrer das gerações. Com isso, os próprios atos de violência pode mudar e o que vemos hoje como uma violência , nos próximos anos pode ser que não seja. A relação da ética com a violência é uma relação bem complexa , pois a violência se manifesta quando os padrões de convivência não são mais respeitadas e os olhares sobre o que pode fazer e o que não pode , não seguem a mesma direção , não há a mesma conduta e as ações se tornam mais independentes das ações sociais.
A relação da ética com a ciência, é uma relação de consenso , pois o desenvolvimento científico é um processo interno , é uma construção que segue outros modelos que muitas vezes ultrapassam o tempo e o espaço social da época. A ciência se desenvolve através de modelos , de métodos e de conduta. Isso não quer dizer que o cientista é um ser isolado , mas sim que o desenvolvimento das suas teorias é baseados em modelos que vão além da realidade. Todavia , como vimos , a ética está ligada as ações ,a conduta do homem para atingir um determinado fim , a ciência também está baseada em valores éticos , pois quando passamos da teoria á prática , o cientista que está em um meio social , deve pensar de como a ciência pode atingir a seu fim naquele momento sem prejudicar a sociedade .
A ação ética se dá pelo fato de podermos fazer algo que traga benefícios para as pessoas em geral , nossas ações deve ser de um modo que traga a felicidade para o agente e para a sociedade onde ele faz a ação. Toda ação tem que trazer em si um bem comum , uma melhor convivência entre os indivíduos , ajudando assim no processo de desenvolvimento e no progresso social e científico.
Assim como disse a Marilena Chauí , “ ..... a subjetividade ética é uma intersubjetividade socialmente determinada” , isto é , toda a construção que fazermos do mundo , os costumes , os valores , as ideologias e as nossas ações nesse mundo é implicitamente condicionada pela sociedade. Não á ação sem uma causa , o nosso comportamento é inconscientemente direcionado. O nosso olhar é uma construção histórica , um recorte de uma época , uma pequena parte do teatro das tragédias humanas.

Gilberto dias – Filósofo e Físico
Leciona aulas de Física no Cursinho Griot XX de Novembro

sábado, janeiro 02, 2010

Computadores descartados pela Europa envenenam crianças na África
Via Comercial

Os cidadãos do Ocidente jogam fora milhões de computadores velhos todos os anos. Centenas de milhares deles acabam na África, onde as crianças procuram ganhar a vida vendendo peças velhas das máquinas. Mas os elementos tóxicos presentes no lixo as estão envenenando lentamente.
Segundo a Bíblia, Deus lançou uma chuva de fogo e enxofre para destruir as cidades de Sodoma e Gomorra. E as autoridades governamentais de Accra, em Gana, também passaram a chamar de “Sodoma e Gomorra” uma parte da cidade afetada por produtos tóxicos de um tipo que os moradores das cidades bíblicas jamais poderiam imaginar. Ninguém vai a esse local, a menos que isso seja absolutamente necessário.
Uma fumaça ácida e negra passa sobre os barracos da favela. As águas do rio também são pretas e viscosas como óleo usado. Elas carregam gabinetes de computador vazios para o oceano. Nas margens do rio veem-se fogueiras alimentadas por isopor e pedaços de plástico. As chamas consomem o material plástico de cabos, conectores e placas-mãe, deixando intactos apenas o metal.
Hoje há um vento que faz com que a fumaça dessas fogueiras infernais passem lentamente por sobre a terra. Respirar muito profundamente é doloroso para os pulmões, e as pessoas que alimentam as fogueiras às vezes dão a impressão de serem apenas silhuetas vagas e enevoadas.
Uma figura pequena e curvada caminha entre as fogueiras. Com uma mão, o garoto arrasta um alto-falante velho pela terra e as cinzas, puxando-o por um fio. Com a outra mão ele segura firmemente uma bolsa.
O alto-falante e a bolsa são as únicas posses do garoto, além da camiseta e as calças que ele usa. Ele tem um nome incomum: Bismarck. O garoto tem 14 anos, mas é pequeno para a idade. Bismarck vasculha a terra em busca de qualquer coisa que os garotos mais velhos possam ter deixado para trás após queimarem uma pilha de computadores. Podem ser pedaços de cabo de cobre, o motor de um disco rígido, ou peças velhas de alumínio. Os ímãs do seu alto-falante também capturam parafusos ou conectores de aço.
Bismarck joga tudo o que encontra dentro da bolsa. Quando a bolsa estiver cheia até a metade, ele poderá vender o metal e comprar um pouco de arroz, e talvez também um tomate, ou até mesmo uma coxa de galinha grelhada em uma fogueira acesa dentro do aro de um carro velho. Mas o garoto diz que hoje ainda não encontrou o suficiente. Ele desaparece novamente na fumaça.
O refugo da era da internet
Esta área próxima a Sodoma e Gomorra é o destino final dos computadores velhos e outros produtos eletrônicos descartados de todo o mundo. Há muitos lugares como este, não só em Gana, mas também em países como Nigéria, Vietnã, Índia, China e Filipinas. Bismarck é apenas um de talvez uma centena de crianças daqui, e de milhares do mundo inteiro.
Essas crianças vivem em meio ao refugo da era da internet, e muitas delas podem morrer por causa disso. Elas desmancham computadores, quebrando telas com pedras, e a seguir jogam as peças eletrônicas internas em fogueiras. Computadores contêm grandes quantidades de metais pesados e, à medida que o plástico é queimado, as crianças inalam também fumaça carcerígena . Os computadores dos ricos estão envenenando os filhos dos pobres.
A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que até 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são jogadas anualmente no lixo em todo o mundo. O custo para se reciclar apropriadamente um velho monitor CRT na Alemanha é de 3,50 euros (US$ 5,30 ou R$ 9,20). Mas o envio do mesmo monitor para Gana em um contêiner de navio custa apenas 1,50 euro (R$ 3,80).
Um tratado internacional, a Convenção de Basileia, entrou em vigor em 1989. O tratado baseia-se em um conceito justo, proibindo os países desenvolvidos de enviarem computadores que foram para o lixo aos países subdesenvolvidos. Até o momento 172 países assinaram a convenção, mas três deles ainda não a ratificaram: Haiti, Afeganistão e Estados Unidos. Segundo estimativas da Agência de Proteção Ambiental norte-americana, cerca de 40 milhões de computadores são descartados todos os anos somente nos Estados Unidos.
Diretrizes da União Europeia com acrônimos como WEEE (sigla em inglês de Lixo de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos) e RoHS (Restrição a Substâncias Perigosas) seguiram-se à Convenção de Basileia, e países individuais transformaram-na em lei. As leis relativas à administração de lixo na Alemanha estão entre as mais estritas do mundo, e neste país o envio de computadores descartados a Gana pode dar cadeia. Em tese.
Um negócio milionário

Recentemente o governo alemão mobilizou-se para verificar como é a situação na prática. Especialistas da Agência Federal do Meio Ambiente alemã ainda estão redigindo um relatório que será divulgado nas próximas semanas, mas as conclusões já são conhecidas – há sérias brechas no sistema de reciclagem do país. Segundo o estudo, firmas de exportação da Alemanha enviam 100 mil toneladas de aparelhos elétricos descartados a cada ano para os países subdesenvolvidos, o que é bem mais do que os especialistas temiam.
“Este é um negócio milionário. Não se trata de algo que possa ser classificado como crime pequeno”, afirma Knut Sander, do instituto ambiental Ökopol, com sede em Hamburgo. Ele foi o autor do estudo, que exigiu meses de pesquisas. Por causa das suas investigações ele recebeu avisos de que deveria tomar cuidado com a sua segurança.
Ele não teve que ir longe do seu escritório para observar a atividade dessa indústria de exportação. “O Porto de Hamburgo é importante”, explica Sander. “Aquilo que não sai por Hamburgo é embarcado em Antuérpia ou Roterdã.”
Sander descobriu negociantes pequenos que enviam contêineres esporádicos ou alguns carros velhos cheios de computadores. Às vezes há centenas desses carros no terminal de O’Swaldkai, em Hamburgo, de onde os navios saem para a África. Há também grandes empresas enviando cargas de lixo tóxico – as chamadas companhias de remarketing, que coletam centenas de milhares de eletrodomésticos velhos todos os anos. Essas companhias têm autorização para revender computadores que estejam funcionando, mas são obrigadas a reciclar as máquinas defeituosas. E algumas delas sabem muito bem quanto dinheiro podem economizar enviando esses computadores inúteis para Gana.
A tarefa de deter essa exportação de lixo deveria ficar a cargo de uns poucos funcionários da alfândega e da guarda portuária. Mas quando os agentes ocasionalmente abrem um contêiner, eles estão provavelmente pedindo para ter dores de cabeça nos tribunais. As leis não definem o que seja um computador descartado, e é legal exportar computadores usados. Só não se pode exportar as máquinas descartadas. Um computador que está quebrado, mas que talvez ainda pudesse ser consertado, pode ser considerado lixo? E quanto a um computador de 20 anos de idade, que não consegue mais rodar um único programa? Quando há dúvidas, os juízes dão ganho de causa aos exportadores.

Entrando no inferno

Bismarck só sabe que todos os computadores exalam mau-cheiro, tenham eles dez ou 20 anos de idade, e não importando se sejam fabricados pela Dell, a Apple, a IBM ou a Siemens. Quando eles queimam, a fumaça faz com que a sua cabeça e garganta doam. As cinzas pegajosas grudam em cada poro e ruga, e provocam coceiras. Manchas aparecem na pele de Bismarck, mas ele sabe que não pode coçá-las porque a poeira tóxica entraria nas feridas abertas.
Desde o início Bismarck sabia que estava entrando no inferno. Mas quando tinha dez anos de idade, ele imaginava que o inferno pudesse, de alguma forma, constituir-se em uma aventura. De toda maneira, ele não tinha escolha, assim como as outras crianças daqui de Sodoma. A maioria delas vem das regiões mais pobres de Gana, no norte do país, para a capital, Accra.
Bismarck consegue ainda se lembrar da sua vila, que fica perto de Techiman, mais ou menos no meio do país. Lá não há eletricidade, e as paredes dos casebres são feitas de terra.
O pai dele desapareceu quando Bismarck era pequeno, de forma que ele jamais pôde perguntar por que o homem lhe deu um nome tão estranho, que ninguém na vila havia ouvido antes. A mãe de Bismarck criou-o sozinha, até ter sido atropelada por um carro. Ela perdeu as duas pernas no acidente, e morreu pouco depois.
Uma tia adotou Bismarck, mas havia pouca comida para todos. Finalmente um garoto mais velho da vila lhe falou sobre Accra, e sobre um lugar entre o mercado Agbogbloshie e a favela Sodoma, onde até mesmo um menino de dez anos de idade seria capaz de ganhar dinheiro suficiente para comprar comida. O adolescente de 16 anos também lhe falou sobre os computadores e a fumaça, e que ele teria que ser forte.
Pouco tempo depois, os dois garotos foram embora da vila, viajando de ônibus e depois de trem. O mais velho tinha dinheiro para as passagens porque já havia trabalhado em Sodoma.


Um euro por dia

Bismarck aprendeu as regras rapidamente. Existe uma hierarquia, e todo garoto pode tentar galgar essa estrutura. Os homens jovens, de cerca de 25 anos de idade, controlam as grandes balanças de ferro velho que ficam com frequências nos locais onde se podem ver marcas de pneus na cinza que cobre a terra. Quando a sacola de Bismarck fica cheia até a metade após um dia perambulando em torno das fogueiras, ele pode vender o material recolhido para esses homens por cerca de dois cedis ganenses, o equivalente a cerca de um euro ou US$ 1,50 (R$ 2,60).
Aqueles que são um pouco mais novos, com cerca de 18 anos de idade, possuem carrinhos de mão feitos com tábuas e eixos de carros velhos. Eles seguem para a cidade no início da manhã para coletarem computadores dos importadores de refugo e trazem o material de volta para a favela. Eles quebram os computadores e retiram os cabos, e depois jogam o que restou nas fogueiras ou vendem esse resíduos para garotos um pouco mais novos.
São principalmente esses garotos que carregam os montes de cabos plástico para serem queimados nas fogueiras. Um deles é Kwami Ama, que tem 16 anos e é um dos dois amigos de Bismarck aqui. Kwami tem um corpo forte e uma face redonda e de expressão honesta. Somente os olhos dele, altamente avermelhados devido à fumaça quando a noite cai, lhe dão uma aparência meio selvagem. As cicatrizes espalhadas pelas mãos foram provocadas pelas bordas afiadas de computadores quebrados e geladeiras velhas. Kwami arranca a camada de isolamento das geladeiras e as usa para acender as fogueiras,antes de jogar as peças de computadores no fogo. O isopor queima emitindo chamas violetas e verdes, com um calor suficiente para derreter até mesmo cabos dotados de produtos químicos retardadores de fogo no seu isolamento plástico.
Ao contrário de Bismarck, Kwami não consegue mais falar sobre a sua vida. “Fico triste com frequência”, diz ele, embora esteja se saindo bem pelos padrões de Sodoma. Alimentar as fogueiras é a tarefa mais tóxica de todas, mas ele ganha dinheiro suficiente para alugar um local para dormir em um barraco de madeira em Sodoma. O barraco tem cerca de dois metros de largura por três de comprimento. Três garotos dormem dentro dele, dividindo o assoalho de madeira. Não há janelas no barraco, mas a porta tem um cadeado, o que lhes permite dormir em segurança – o que é um luxo em Sodoma.
Pobres contra pobres
Ao contrário do seu amigo, Bismarck tem medo da noite. Ele enrola-se no escuro como um cão e dorme encostado em uma parede de madeira em Sodoma, ou sobre as cinzas, ao lado de uma geladeira quebrada na área aberta onde ficam os eletrodomésticos quebrados. Às vezes ele dorme sobre as balanças. Ele muda o local de dormir com frequência. Bismarck tem apenas dois amigos aqui. No inferno, os pobres lutam contra os pobres.
Alguns dias depois, Bismarck teve um golpe de sorte ao encontrar uma grande quantidade de cobre, e o homem da balança pagou a ele sete cedis. Bismarck só gastou dois cedis, mas na manhã seguinte os outros cinco haviam desaparecido. Alguém usou uma lâmina para abrir o bolso de Bismarck quando ele dormia. Ele simplesmente ganha muito pouco. Bismarck consegue pagar pela comida ou por um local para dormir, mas não pelas duas coisas.
Bismarck também não pode passar a noite com os seus outros amigos. Danjuma tem 11 anos de idade e acredita que já está trabalhando aqui há vários anos. Os seus pais ainda são vivos, mas quatro outros irmãos dividem um barraco com ele em Sodoma, e não há espaço lá para Bismarck.
A mãe de Danjuma detesta ver o filho trabalhando nas fogueiras e desejaria que ele estivesse na escola. Mas a família precisa de dinheiro. Danjuma é o filho mais velho, e não se sabe quanto tempo mais ele será capaz de trabalhar efetivamente. Ele padece de dores frequentes no peito e nas costas.
Danjuma e Bismarck pertencem ao grupo mais jovem, de crianças entre 8 e 14 anos. Nem eles nem as meninas têm permissão para alimentar o fogo. Os garotos novos trabalham com ímãs, e as meninas trazem água em sacos plásticos, e às vezes comida, para os garotos mais velhos. “A gente tem que beber muita água”, explica Kwami. O sol é escaldante, fazendo com que a temperatura à sombra seja de 30ºC. Mas não existe sombra em Agbogbloshie. Perto dali o plástico está queimando a uma temperatura de mais de 300ºC.
Encolhendo o cérebro
Kwami diz que se esqueceu de muita coisa, mas que ainda se lembra muito claramente de um certo dia do ano passado. Um grupo de indivíduos brancos veio até à área de ferro velho, o que é raro. Eles eram do Greenpeace. Um homem usava luvas e carregava pequenos tubos de ensaio. Ele coletou amostras da lama de um dos lagos formados pelo rio, e depois cinza e solo de vários locais diferentes na área.
O químico analisou as amostras quando voltou para casa, na Inglaterra, e os valores que obteve não foram bons. Ele descobriu concentrações elevadas de chumbo, cádmio e arsênico, bem como de dioxinas, furanos e bifenis policlorados.
O chumbo, para tomar como exemplo apenas um dos produtos químicos perigosos, provoca dores de cabeça e estomacais após uma breve exposição. No longo prazo, ele danifica o sistema nervoso, os rins, o sangue e especialmente o cérebro. Quando uma criança ingere chumbo através da água ou por inalação, o seu cérebro encolhe ligeiramente e a sua inteligência diminui. Cientistas da Alemanha ficam preocupados quando descobrem concentrações acima de um limite de 0,5 miligramas de pó de chumbo por metro cúbico de ar. O tubo de raios catódicos de um único monitor de computador contém cerca de 1,5 quilograma de chumbo. Muitas das outras substâncias encontradas pelos químicos no local também provocam câncer, entre outras doenças.
Contra-atacando
Mike Anane, um ativista ambiental e coordenador local da organização internacional de direitos humanos FIAN, trouxe os membros do Greenpeace para cá. Anane nasceu aqui há 46 anos, bem ao lado de onde hoje em dia se situa Agbogbloshie. Naquela época, as margens dos rio eram repletas de prados verdes e de flamingos, e os pescadores tiravam o seu sustento do rio. Agora não existe vida nessas águas.
Oito anos atrás, Anane começou a perceber a chegada de uma quantidade cada vez maior de caminhões em Agbogbloshie, com as carrocerias repletas de computadores. Ele observou a situação de perto e passou a contra-atacar aquilo que viu. Anane coleta adesivos de procedência de vários computadores descartados para descobrir de quem são os venenos queimados aqui. Ele possui adesivos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, de autoridades britânicas e de companhias como o Banco Barclays e a British Telecom. “Algumas crianças daqui não chegarão aos 25 anos de idade”, acredita Anane.
Ele sabe, porém, que as companhias e organizações cujos selos chegam aqui juntamente com os equipamentos descartados não são os agentes que de fato trazem esse lixo para o seu país. As pessoas diretamente envolvidas são comerciantes como Michael Ninicyi, diretor da Kofi Enterprise.
A Kofi Enterprise é uma pequena loja repleta de computadores. Os melhores produtos são velhas máquinas Pentium vendidas por US$ 90 (R$ 156), incluindo um leitor de DVD. Impressoras e copiadoras são exibidas sob uma cobertura amarela na frente da loja – todas as máquinas são provenientes da Alemanha, segundo Ninicyi. Um exemplar do jornal “Berliner Morgenpost”, usado para proteção contra arranhões, encontra-se dobrado entre dois computadores. Algumas das máquinas ainda trazem os adesivos de companhias cujas sedes ficam, por exemplo, na pequena cidade alemã de Kleve, no Estado de Brandenburgo ou no de Rhineland. Todos esses produtos funcionam e são legais.
“Este negócio é bom para Gana”
Ninicyi usa calças com vincos, um colar de ouro e sapatos caros. Este é um homem que alcançou o sucesso. O seu inglês é excelente, ele fala bem e é capaz de se defender com sucesso – embora não sinta necessidade de fazer tal coisa. Na verdade, o que ele sente é o contrário.
Ninicyi compra os seus produtos exclusivamente de navios de contêineres provenientes de Hamburgo. “Os alemães simplesmente tomam mais cuidado com os seus equipamentos do que qualquer outro povo”, explica. Ele não quer dizer exatamente quem são os vendedores. Ninicyi compra os produtos sem examiná-los, algo que é comum nesta atividade. Como parte dos seus cálculos de custos, os vendedores alemães fazem com que em cada contêiner haja alguns equipamentos que funcionem, bem como alguns que ainda podem ser consertados. O restante, cerca de 30%, é lixo, que Ninicyi repassa imediatamente aos garotos que vêm de Agbogbloshie com os seus carrinhos da mão. Contêineres vindos do Reino Unido trazem uma proporção muito maior de lixo.
“Este negócio é bom para Gana e para os outros países”, assegura Ninicyi. Ele diz que sente pelas crianças, mas afirma que paga impostos, e os seus fregueses também e que o povo de Gana tem acesso a computadores de preço acessível.
Ninicyi conhece até uma teoria maior que faria com ele fosse visto como algo semelhante a um funcionário de ajuda de desenvolvimento. A teoria da “lacuna digital”, originalmente desenvolvida na Universidade de Minnesota, afirma simplesmente que, como os pobres não têm acesso aos meios modernos de comunicação, e como é o conhecimento que cria prosperidade, as pessoas mais pobres continuarão ficando para trás e a lacuna se expandirá ainda mais. O fornecimento de computadores ajuda a reduzir essa lacuna.
Essa teoria tem alguns pontos fracos. Por exemplo, ela foi desenvolvida em 1970, três anos antes de um jovem estudante chamado Bill Gates sequer começar a estudar na Universidade Harvard. Há também uma segunda teoria da era da computação, a Lei de Moore, cujo nome é uma alusão a um dos cofundadores da Intel, que afirma que a capacidade de processamento dos computadores dobra a cada dois anos. Os criadores de softwares seguem a tendência, fazendo com que os computadores mais novos de hoje já estejam ultrapassados amanhã e prontos para serem mandados para Sodoma um dia depois.
“Por que vocês não interrompem o fluxo de lixo?”
“Esse processo está cada vez mais rápido, e nós estamos sendo esmagados”, queixa-se John Pwamang, diretor do Centro de Gerenciamento e Controle de Produtos Químicos da Agência de Proteção Ambiental de Gana. A agência está localizada em um prédio de concreto em péssimas condições. A caminho do escritório de Pwamang, os visitantes precisam subir primeiro uma escada que no passado deve ter sido verde, e a seguir passar por um banheiro com defeito e uma sala de conferência de cortinas marrons esfarrapadas. Na sala há três depósitos de lixo – um marrom, para papel, um cinza, para plástico, e um outro marrom para tudo mais. Entretanto, o país não conta com um sistema de reciclagem de lixo em funcionamento. Ao que parece a agência de Pwamang ainda tem alguns problemas pela frente.
Os olhos de Pwamang são pouco visíveis por trás das grossas lentes bifocais. Ele fala suavemente, o que o ajuda a parecer mais tranquilo do que realmente é. “Vocês europeus não mudam”, reclama ele. “O que deveríamos fazer com os produtos tóxicos que vocês nos mandam? Não temos como reciclá-los. Vocês possuem as instalações para isso. Computadores que funcionam não são nenhum problema, mas muitas das máquinas velhas demais não duram nem um ano aqui. Por que vocês não interrompem o fluxo de lixo?”.
Pwamang não tem como provar que o chumbo e as dioxinas estão matando as crianças. Quase ninguém com mais de 25 anos trabalha nas fogueiras às margens do rio de águas pretas. E não existe estudo algum sobre o problema. O Greenpeace identificou e quantificou as toxinas, mas a organização não examinou os efeitos diretos delas. “As crianças estão doentes”, afirma Pwamang. “Temos aqui metais pesados e venenos. Um estudo seria bom, mas mesmo sem nenhum estudo eu sei que a situação é desastrosa.”
Sonhando em escapar
Mas, apesar de tudo, as crianças de Sodoma às vezes parecem se divertir. Os garotos mais velhos jogam futebol à noite em um espaço aberto entre as fogueiras, com dois vergalhões servindo de gol e monitores de computador vazios marcando as bordas do campo. Os jogadores correm e mergulham entre a fumaça das fogueiras. Eles não estão jogando apenas para se divertir, mas também por causa de seus futuros, já que muitos ganenses deixaram o país para jogar nas ligas profissionais no Ocidente. É um sonho meio louco, mas para muitos dos jovens daqui, um sonho é a única coisa que lhes permite escapar.
O amigo de Bismarck, Danjuma, tem o mesmo sonho, é claro. Ele adoraria treinar futebol, apesar das dores no peito. Mas ele não tem dinheiro para comprar uma bola. Mas talvez seja melhor assim já que, se corresse, ele teria que respirar profundamente a fumaça. (Der Spiegel)

sábado, agosto 15, 2009




sexta-feira, agosto 14, 2009